Eu convalescente.
Quando seu olhar incógnito me fita
E com a ânsia do mal querer se expressa,
Sou eu a causa da minha desdita
E em minha solidão estou imersa.
Quando as palavras são punhais cortantes
E na frieza do espaço cortam o vazio,
Encontram a carne macia dos amantes
Contra a dureza do coração frio.
A vida é um silêncio profundo...
Em meio ao barulho do sonho morto,
Na aridez do espaço estéril e fecundo...
Paradoxo primitivo para meu conforto
De encontro ao meu azo descontente
Na imensidão do eu convalescente.