Noites quentes
Se sinto o pôr-do-sol chegar mais cedo,
Aqui, o corpo lasso e a alma ardente
Já clamam pelos teus, meus olhos quedos,
Em noites de volúpia, noites quentes...
Se vem um vento morno e traz a chuva,
Eu logo me reporto àqueles dias.
Na boca sinto o gosto já da uva:
Do vinho ao desalinho em que me vias.
Meus lábios ressecados e descrentes
Desejam só nos teus matar a sede.
Espero-te e essas noites me consomem...
Sou tua em meus sentidos mais dementes,
Contigo deito em sonhos numa rede.
- Meu êxtase e meu gozo num só homem.