Soneto Solitário
Soneto Solitário
Prédios nebulosos em seus mistérios,
vidas em seus cursos, em suas janelas,
sonhos de pessoas, de sopros etéreos,
velha enciclopédia antiga parcela.
Nuvens vão surgindo erguem-se mil velas,
velas que carregam seres que aéreos
partem parecidos todos co'aquelas
plantas que as sementes vão-se ao sidéreo.
São de merencórios seres perdidos,
todos em rotinas mornas, são vidas
presas, solitárias, frias e vencidas.
Vão-se nos seus sonhos suaves, serenos,
para seus paraísos, mundos pequenos:
Soltos, solitários, frios e esquecidos.