DOCE MANTO - Soneto

Libido corrompida pela dor.

És o insano desejo da paixão,

Onde perco o meu norte e direção,

Na irracional razão do meu amor.

Não és pura ou impura. Tu és somente

O desejo incontido da criança,

Que sem mácula traz viva a esperança

Que jaz morta no leito indiferente.

Sou eu, por tua causa, condenado

À cruel morte que, aos poucos, me destrói,

Por ter perdido a minha ‘lma em teu dado.

Eu morro, - na esperança do acalanto -

Pois lacerante é a dor que me corrói;

Mas, no leito da terra, o doce manto.

Moses Adam,

Poá, Batuíra, 10.11.08 – 14h10