Faz teu ninho

Antes que eu me desfaça em agonia,

Vem e me toma, não deixes ser tarde.

Preenche-me o cerne e a casa vazia,

Penetra a minh’alma em sopro qu’arde.

Pois nessas horas me deságuo em mar

De surtos e de vagas impetuosas;

Em massas e ondas já a palpitar,

Espúria, marulhando, orbes tortuosas.

Vem, beija aqui meu ventre, meu umbigo,

E dorme no meu colo, de mansinho.

Eu esperei tanto pra estar contigo!

Descansa teu andar no meu caminho

Que é feito de prazeres bem antigos.

Sereno, após o gozo, faz teu ninho...

Magmah
Enviado por Magmah em 22/12/2008
Código do texto: T1348321
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