Soneto da madrugada

Madrugada é brisa cálida

No bailado das cortinas

Numa noite encarvoada

Sem lua presa no céu...

É noiva estendendo o véu

Sobre o lombo das coxilhas

É pluma de ave ao vento

Insônia presa em mundéu...

Madrugada, hora morta

O sono bate na porta

Vira as costas e vai embora...

Madrugada dos andantes

Umbral das almas errantes

Noite a dentro, mundo a fora.