Ao bardo
É burilando no metro tuas musas
E construindo em essência a poesia,
Que do compasso sonoro tu abusas,
Pois que te surge do nada e é alforria.
Enfim dominas magia e condão.
Tu vais cifrando, elidindo e rimando,
Para dar música a uma canção
Que ecoa em ti já num ritmo brando.
Poeta, encantas a mim, sobretudo,
Com o teu verbo de tal precisão,
Que vais despindo e tornando desnudo
Bem lá no ato da sua criação.
Ah! Tu penetras do poema, no abismo,
Em paroxismos de entrega e paixão...