De paixões desprovido
Se baixas são as paixões, se leviandades,
Eu almejo o baixo. Ó razão, permita!
Ah! maldita! e alta! e fria! faculdade
Que não age, que perscruta, que limita...
Permita-me uma vez, ó acridade,
Que ante a decisão eu não reflita.
Suplico-te o favor, ó eremita
Que habita o sótão dos meus ossos, e arde...
Se voz e voto me não deste à audácia,
Ó acuidade, como hei de prostrar-me
Aos pés da mulher que, para amá-la,
Me o exige? Que sazão hás de dar-me
(Se me impedes a emoção e a gala)
Para dela vencer a pertinácia?