O Rei
Certa vez, noutras linhas, bem sei,
Li que um rei a seu jeito escreveu:
Verso meu, tanto eleito é qual lei;
Ainda hei, nestas vinhas, quem leu,
Se plebeu não importa; o meu peito,
Morte ou leito entregar, de bainha,
À rainha, ao versar, mais perfeito,
O meu feito, na aorta que a alinha.
E quem vinha enfim ter com o penar,
Do monarca, estendido em tal porta,
Que ora exorta, garrido, outro mar,
Viu o amar não temer, pois vã rota.
Mas derrota, em questão não valido!
Diz, o adido, varão, rei, talvez...