O Rei

Certa vez, noutras linhas, bem sei,

Li que um rei a seu jeito escreveu:

Verso meu, tanto eleito é qual lei;

Ainda hei, nestas vinhas, quem leu,

Se plebeu não importa; o meu peito,

Morte ou leito entregar, de bainha,

À rainha, ao versar, mais perfeito,

O meu feito, na aorta que a alinha.

E quem vinha enfim ter com o penar,

Do monarca, estendido em tal porta,

Que ora exorta, garrido, outro mar,

Viu o amar não temer, pois vã rota.

Mas derrota, em questão não valido!

Diz, o adido, varão, rei, talvez...

Amargo
Enviado por Amargo em 29/01/2009
Código do texto: T1410703
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