Faíscas nos olhos
Faíscas nos olhos
Teorizo a matéria em vazios,
Espalhando migalhas na mesa.
Tenho n’alma um terreno baldio
E sou cúmplice, invento a surpresa.
Num pé d’água em desterro que cai,
Com faíscas nos olhos, despejo
Baço mar de friezas que vai
Já castrando e calando o desejo.
Sol que arde em mormaços febris,
Eu recorto horizontes num lume,
Sucessão inconstante de agoras...
Tatuagens em mim eu que fiz,
Sou um bicho com garras em gume,
Afiadas, magoam... esporas.