SONETO SACANA

Soneto sacana

Da morte sempre temida ele zombava

queria sugar da vida o que lhe coubesse

que um féretro de responsa ele pagava

pra hora em que a derradeira enfim viesse.

Filósofo catedrático, boa casta

sonhava com os mistérios que vislumbrava

da morte tornou-se logo um entusiasta

enquanto na cana pura se embriagava.

O terno todo de linho já engomado

pisante italiano e pulmão inchado

o fígado carcomido nas carraspanas

entrega a sua vida o doidivanas.

Na lápide a inscrição de algum sacana

"Morreu de curiosidade mais um bacana!"

Monica San
Enviado por Monica San em 12/02/2009
Código do texto: T1434782
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