Pelos vãos da madrugada
Cerradas pálpebras, cobrindo o amanhecer
Que já se infiltra na cortina transparente,
E um beijo doce nos meus lábios faz ceder
A lassidão que me mantinha inconsciente.
Quimera em quadro tão lascivo então eu pinto:
Carícias quentes e volúpia sobre o leito,
Suspiros mudos no silêncio do recinto,
Olhares turvos e o teu peso no meu peito.
Semi-real toda essa noite e seus clamores...
Molhada em ondas dos teus mares, a minh’alma
É aquecida por desejos e rubores.
Libidos soltas nessa imagem tão sonhada!
No lusco-fusco das paredes do meu quarto,
Nossos orgasmos pelos vãos da madrugada.