Vigília
Só sua ausência já me rouba a calma,
Toma-me o sono e me envenena a lida,
Fazendo dela lágrima e ferida,
E com mil lanças me perfura a alma.
Faz-me sangrar o timbre dessa voz,
E do seu cheiro, o recordar me fere.
O espanto em medo a esse sonhar adere,
Quando, em vigília, paro e penso em nós.
Na sua vida eu sempre fui segredo,
Uma lembrança boa, um bem-querer,
E, do Pulsar, somente o arremedo...
Eu temo que ele, ao me lembrar, murmure
O nome dela no lugar do meu,
E que essa mágoa em mim jamais se cure.