Mateando
Sorriem pra mim, em cortejos que as têm,
estrelas num céu que é repleto de sonhos.
Mateando à noitinha, eu sinto porém
que há por aí outros olhos tristonhos...
E os meus já se perdem, se vão: horizontes
compostos por mares, vertentes, cachoeiras.
Eu leio os teus versos e deixo que contes
teus medos, segredos e tudo que queiras.
Se a estrela é cadente, desperta saudade
das noites geladas ao pé da fogueira,
chaleira no fogo e a erva cevada...
Geada nos campos, se vê da cidade,
e o frio enregela a pele trigueira
do poeta gaudério de alma inspirada.