Fôlego
Vou calar o meu verso entretanto,
Busco um manto, guarita ou saída,
Desta vida maldita, e sem pranto,
O meu canto, disperso em guarida,
Em que a lida, que, o dia limita,
Ou que imita sem medo o universo,
Sem reverso em segredo que agita,
Minha dita poesia, que inverso...
Não disperso por jura o arvoredo,
Ou o rochedo que a estrada vazia,
De tão fria versada um brinquedo,
Noutro enredo, sem cura ou valia,
Foi meu guia no oposto, e calada,
Disse nada em desgosto, ao rezar!