Fôlego

Vou calar o meu verso entretanto,

Busco um manto, guarita ou saída,

Desta vida maldita, e sem pranto,

O meu canto, disperso em guarida,

Em que a lida, que, o dia limita,

Ou que imita sem medo o universo,

Sem reverso em segredo que agita,

Minha dita poesia, que inverso...

Não disperso por jura o arvoredo,

Ou o rochedo que a estrada vazia,

De tão fria versada um brinquedo,

Noutro enredo, sem cura ou valia,

Foi meu guia no oposto, e calada,

Disse nada em desgosto, ao rezar!

Amargo
Enviado por Amargo em 09/03/2009
Código do texto: T1477848
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