Anjos de ilusão
Resisto à sombra dum mistério que me ronda,
Cravo os dentes no seio da ilusão.
Sinto queimar de angustia o coração
E o vômito do fogo vindo em ondas...
Dum sonho que delira entristecido
Duma pedra onde palpita a embriaguez.
A morte é uma múmia negra que fez
Minha sombra adormecer num triste abrigo.
A alegria reconquista todo o verão
Mas duro de outono está meu coração
E a noite, com suas estrelas a dor adoça...
Revelo na escuridão ainda ofegante
A nudez que aflora no cosmo girante
Onde anjos adormecem numa fossa!