Soneto do Instante


Inacessível e bela, eu te vejo
Sempre, nas horas que a minha ilusão
Vai buscar-te, num insano desejo
De capturar-te corpo e coração.

Musa feliz que a outro ama, o ensejo
Para tal some nesta imensidão
- Vazio em que me esqueço e me revejo -
De amar assim tão muito quanto em vão.

De ti sempre perto, mas tão distante,
É por essa rude estrada que eu sigo
Como se segue uma visão errante;

E não obstante a sorte que eu maldigo,
Permanece o sonho, pois é o instante
Já certo e único de estar contigo!

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 27/03/2009
Reeditado em 12/10/2011
Código do texto: T1508934
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