Perfeita
E esta imagem, deflora este olhar,
que num mar tão distante descansa.
E se avança no instante em meu ar,
vou beijar, vaga aurora tão mansa.
Quando dança, serena, inconstante,
tão bastante, perfaz-se, no agora,
feita flora, que há paz emigrante.
Se me adiante, na cena de outrora!
Mas por hora eu só quero um lilás;
tanto faz, se um momento na arena,
seja a pena em fomento, que assaz,
é quem trás qual bolero em novena.
Vem e acena tão perto e tão lento:
o argumento, tão certo e esmero...
Para Eliane, como sempre