Perfeita

E esta imagem, deflora este olhar,

que num mar tão distante descansa.

E se avança no instante em meu ar,

vou beijar, vaga aurora tão mansa.

Quando dança, serena, inconstante,

tão bastante, perfaz-se, no agora,

feita flora, que há paz emigrante.

Se me adiante, na cena de outrora!

Mas por hora eu só quero um lilás;

tanto faz, se um momento na arena,

seja a pena em fomento, que assaz,

é quem trás qual bolero em novena.

Vem e acena tão perto e tão lento:

o argumento, tão certo e esmero...

Para Eliane, como sempre

Amargo
Enviado por Amargo em 06/04/2009
Código do texto: T1525360
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