Inebriar-me!
Hoje eu me entrego às asas do tempo, ou do vento?
E me deixo seduzir pelo ócio criativo sem receio,
e me deixo envolver, infantil, pelo doce enleio
de estar nas alturas do infinito em pleno firmamento.
Hoje, somente hoje... Eu quero viajar nas nuvens
sentir o hálito fresco da manhã que se descortina
no horizonte imaginário de minha cansada retina
ao léu, às fadas, aos cantos das corujas implumes.
Quero ao cair da tarde, no despencar do sol,
nas cores confusas do arrebol tardio e findo
deleitar-me, entregue ao sonho do dia mais lindo.
Que me deixei ao prazer do meu próprio sentir
entoando um canto de amor sob o alvo lençol
que ao meu corpo envolve e me faz dormir.