Anima Aurora

I

Ouça a voz da divina luz eterna

Que reside no fundo de seu Ser.

É você a própria emanação que hiberna,

A pequena entidade a florescer.

Ó pupilo, decepe seu farsante

Eu da matéria, que difere em tudo

Do divino princípio ainda distante.

Desperte o poderoso dom miúdo.

O Grande Espírito não pode andar

Ao lado do farsante elo carnal

Que mantém à distância o seu sinal.

Ó discípulo, mostre a luz solar

Que fortalece a sua clareza e isenta

D´alma a carnalizante ferramenta.

II

A Voz que você escuta é tão divina,

É a voz do coração que seu ser ouve.

Ela é tão pura e clara. Logo, louve

E retire em você a forte neblina.

Quando escutá-la, deverás vestir

A roupa sacrossanta do não aflito

Que lhe tirará todo o seu conflito

Para que de si mesmo seja Emir.

Deve agora despir roupa falida

E ilusória do reino mal de “Maya”

Para que seu véu todo forte caia.

Tem que ser conhecida a força vida

Que reside no mundo e no seu ser

Para que possa o Interno Deus nascer.

III

Sua personalidade venenosa

Deve ser suprimida e destinada

Ao vazio que destrói a mentira e dosa

Com poder a intangível doura armada.

O Eu falso, sua alma expurga ao florescer.

Contemple o “Dies Natalis” de seu mundo,

Junção de nada e tudo no seu ser,

Agora Mar imenso, rico e infundo.

Não há mais o que temer, Christo aparece

No fundo do seu espírito sagrado,

Que fica tão brilhante, tão dourado.

E não esqueça do mundo, faça a prece

(E sinta sua amaríssima ferida)

ajudando essa Terra tão abatida.

Daniel Tomaz Wachowicz
Enviado por Daniel Tomaz Wachowicz em 01/05/2009
Código do texto: T1570214
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