Soneto 19

ANGÚSTIA
 
E vem por dentro do meu peito,
Mas não sei certo descrever;
Um desconcerto, um mal sem jeito,
Que não é de falar ou escrever;
 
É por esse porto de Santos
Que meu coração, espremido,
Chega carregado de prantos
E de emoções esquecido,
 
É a pureza dessa angústia
Que limpa toda minha mente,
E me deixa a sós, no presente
 
De maneira abrupta e brusca...
E meu ser, ébrio e delinqüente,
Grita à vida: não me sê injusta...
 
 
Este soneto refere-se à chegada da imigrante madeirense com a família ao Porto de Santos em 1952

 
José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 02/05/2009
Código do texto: T1571768
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