Não Sou o Que Sou

Sou ateu, sou divino mas não sou santo

Sou diferente do que estou acostumado a ser

Sou branco, negro, de toda cor, e no entanto

Ainda nem sei com que cor hei de viver

Sou você em outra carne, em outra alma

Sou nós dois misturados num só ser

Sou presságio, o terror que precede a calma

Sou do barro ou do asfalto, do correr.

Só não sou o que esperam de mim

Sou o contrario do que eu mesmo desejo

E o antídoto pro veneno que inoculo

Sou o gosto de mim mesmo, no seu beijo

Sou o começo sempre acompanhado do fim

Sou minha alegria sorrindo alto, em meu túmulo.