Contemplando...
No infortúnio de ver-te sem tocar-te
A alma no desespero de meu corpo,
Clamo ao desejo antes do enfarte:
É melhor não tê-la a desejá-la morto.
Seria menos letal esse descarte
E o caminho cego, torpe, absorto?
Ou melhor faria, se amigo da arte,
Chorasse rindo, sem paz e nem conforto?
Oh menina faceira, mulher criança
De belas curvas e o sorriso lindo,
Convide meu corpo para tua dança
E minha alma te seguirá sorrindo!
Deixo a vida e a arte na balança,
Te amo morto em meu viver infindo.