Sobre a lâmina doce do rio...

O coração aperta um pouco... As relações do homem com a sua fé

A alma está inquieta e se agita sob a cortina do medo inconsciente

Mas, a poesia lhe chama, e se transforma em chama, e chama-maré

E vai deslizando sobre a lâmina doce do rio em seu leito dolente.

A história se confronta, é o passado e o presente sobre os altares,

Constatamos a grandeza do desenvolvimento com sua face arrojada

Contrastando com a miséria regada de lama sob nossos olhares

O crescimento vertical contra as palafitas da verdade mascarada.

Quem passa ao largo não imagina o odor fétido do rio poluído

Que em sua agonia reclama sua sorte no ombro amigo do mar

E as duas forças na antítese da alma humana encontram abrigo...

Doce e salgado num abraço de respeito e mistura, transformam

Em mangue suculento a vida que surge na diversidade do novo lar

E a poesia ouve o sussurro de lamento das margens que choram...!

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 05/05/2009
Código do texto: T1577612
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