À um belo umbigo

Eu fiquei só, atento ao belo umbigo,

Sem notar no ambiente o intenso mal

Que acomete as pessoas em geral,

Como fosse o inferno, o vil castigo,

Que a todos nos aflige, traz perigo,

E nos faz desejar o mundo igual,

Para a gente sofrida, desigual,

Que num sopro caçam no mundo abrigo.

Não acharão, pois da terra brota dor

Essa planta indecente, erva daninha

Que viceja, uma praga incontrolável,

Dor é tanta, parece ter valor,

Entretanto, se foge, oh, coitadinha,

É melhor admirar umbigo amável.