Soneto do trabalhador

Nas ruas sujas da cidade grande

Nas mãos sujas dos meninos de rua

Não importa por onde ande

Nem quantos buracos você pula

Nos ônibus que pegamos

Em pé indo e voltando

Um pai-nosso rezado quando chegamos

Um café rápido e ir saindo

A carne que dói em torno de mais um dia

Os problemas surgem sem pedir para entrar

O sol que se põe, à noite que tardia!

O trabalho massante por um pequeno salário

O suor do rosto que faz o pão de cada dia

O fim do dia, o fim do calvário