Apelo ao deus Chronos

Ah, tempo, tu consomes meus ensejos,

Somente fazes deles o desvelo

Teórico, calado por meus pejos,

E acalmas-me o espírito ao não crê-lo.

Então dá-me o arrimo e o consolo

Na cura pra melancolia vã,

Pro ter saudade, sentimento tolo,

Que é febre inulta, estéril e tão malsã!

Desdém pra crença na felicidade,

Ignoto desespero em agonia,

De um’alma torturada e assim vencida.

Abstém-me da absurda hilaridade,

Do escárnio e da ridícula ironia

De eu reputar-me morta em plena vida.

Magmah
Enviado por Magmah em 25/05/2009
Código do texto: T1613731
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