Renascendo... Soneto II

As promessas do amor tingem o ocaso

E o coração se banha em rio de mel;

E as penúrias do tempo, grão arraso,

Erguem pó na ladeira em tropel

Ao surgir colorido carrossel,

Na greta sem cortinas do acaso,

Em fascínio embrenha em novo céu,

Efêmero que seja, mas sem prazo.

Ventura que reanima docilmente

E em se pondo a jorrar luzidia fonte,

Seu fulgor brilhará eternamente.

Em diáfana roupagem de poente,

Novo sol doura o véu do horizonte

E se lhe fixa eterno o olhar à mente.