Sempre há uma manhã!

A noite vem sempre tal suave e doce companheira,

esconde sua face mortal na palidez, é vil, é fingida,

se faz de morna, mas é traiçoeira, me abre a ferida,

dessa solidão triste que faz de mim sua prisioneira.

Quando o raiar do dia me traz os ufanos bem te vis

e o sol com seu calor liberta e rasga o véu tristonho

dissipando no ar todo o embalo do cansado sonho

algo silencia dentro mim, é minha dor que jaz infeliz.

Mas, se surge diante de mim a imagem da poesia

e os versos se recompõem uma a um, tal fios de prata

o sorriso vence e todo o ser se transforma em alegria...

que veste de felicidade a nudez da alma que se entrega

no idílio da ilusão que a solidão alimenta e maltrata

mas, é feliz sim, e nessa esmola de amor se completa.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 09/06/2009
Código do texto: T1640897
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