Anomia...
O que dizer do que sinto nesta hora? São tantas e nenhuma emoção
a brincar com a madrugada dos meus olhos vazios pelo cansaço...
Não é bom estar alerta na madrugada, o silêncio do mundo é embaraço
que vai lentamente consumindo voraz e célere a sisuda e prática razão.
Continuo a escrever sem sentir o nascimento, estou dormente na letargia,
os versos brincam em frente à minha retina catatônica, me chamando:
- “Vem, vem comigo, vem no suave passo do vôo do cisne fazer poesia”.
Não atendo seu chamado e sigo errante feito nau embriagada, vagueando.
Um leve voejar de vida que se entrega, assume o último lampejo de dor,
os servis soldados do cérebro em cadência militar tocam o teclado,,,
não param, independem da minha vontade, me entrego à calma do torpor
que invade mansamente o meu espírito de solidão que povoa meu reinado,
as lembranças, gratas e salvadoras lembranças extraem um sorriso de amor
e este sorriso invade a alma e chega até o cerne do meu sonho idealizado...!