Pássaro sulista

Desfolham-se os umbus ao minuano

Nas curvas das estradas do meu Pampa.

Ventaneira que se desloca e escampa,

Gelando os prados nesse mês do ano.

Como gemidos e lamentos, chora

Um eco de queixume e solidão:

Som de fundo às querelas do peão,

Das paredes da cabana, espaço afora.

Pelas coxilhas, longe, já se avista

O poncho serpenteante do campeiro,

Como as asas de um pássaro sulista

Que volta ao lar num voo bem ligeiro,

Deixando para trás somente a pista

Dos rastros do bagual pelo atoleiro.