A minha alma

A minha alma perdi n’alguma esquina,

Dessas inexpressivas, onde andei

Tão sujo e decadente. Não tem lei

Aqui no beco da fadada sina.

Ah! Só sinto cansaço, só cansaço

Nessa vida torpor de vagabundo,

Que de tanto cuspir matou seu mundo,

Terra podre, que morta, jaz no espaço.

Sou cemitério por inteiro, dentro

De mim só tem jazigos desolados.

Por cima deles, corpos enforcados.

Zumbis sarnentos nessa noite enfrento.

Minhas covas estão cheias de lama,

Tudo escuro e não vejo minha chama.

Daniel Tomaz Wachowicz
Enviado por Daniel Tomaz Wachowicz em 02/07/2009
Código do texto: T1679359
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