Soneto Exdrúxulo I - Limpeza na Roça

Para se ter limpeza verdadeira

há que se não temer duro trabalho,

retiram-se as cinzas do borralho e

de lá as leva direto à barreleira.

Se extrai a decoada – etapa primeira -.

Mas se se tem de lavar assoalho

levanta-se ainda com o orvalho

para colher as folhas da piteira.

O sebo previamente derretido

é no tacho de cobre adicionado

com a decoada para ser fundido.

Após este processo terminado

em que o pão-de-sabão foi produzido

é dar-se o trabalho por iniciado.

*Àqueles que, como eu, nasceram na roça, não será difícil entender.

"Espalhem felicidade por toda a parte - sempre sobrará alguma para vocês." (Will Stanton)

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(*) Interação mais do que linda do Grande Poeta Antônio Maria Santiago Cabral, com meu bijim de gradecimento:

Poetisa, que nasceu na roça

Com teus versos, não há quem possa!

(Antônio Maria Santiago Cabral)

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(*)Segunda Interação mais do que linda do Grande Poeta KNZ, com meu segundo bijim de gradecimento:

A roça, que beleza,

matéria prima é demais.

Milagre é a natureza,

o resto, roceiro faz.

(KNZ)

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(*) Linda interação do poeta Emerson de Campos:

Exdrúxula Extranha, amiga

Ao passado me vi retornar

Nessa estranha e esdrúxula cantiga

Tão exótica canção de ninar.

(Emerson de Campos)