Cagando no mato
No mato ele cagava e não via
Que o bichinho observava-o de coca
A bosta saindo de sua loca...
Quase que acertava a pobre jia.
Derrepente uma onça. Que agonia!
Toma um susto e quase cai de costa.
Fecha o foreve ligeiro e corta a bosta.
As calças na mão e uma correria.
Jurou que no mato, não mais cagaria.
Sem poder comprar tijolos e cimento
Fez um buraco no quintal de sua casa.
Politicos ladrões na maior mordomia,
Cagam pro pobre; cruel esquecimento,
Têm mais de dez banheiros em sua casa.
Josérobertopalácio
Merda no ventilador
Assim é a vida doJoão, Zé Ninguém
E ninguém põe reparo na dor na tragédia
Vive ao deus-dará cagando no além
E multado é, se pego na comédia...
E vive o seu bode, recoberto de trapo
A remendar o retrato, sem ua fruta no cesto
Com a dívida ativa a comer seu barraco
E memória inativa, a votar de cabresto...
Os banheiros dos lords, são belos, sem cheiros
E a merda só vaza, com ventilador
Mas não ligam, são sempre, os politiqueiros...
E o Zé, no sopé, nem entende o direito
Que o que falta em seu bolso, tá lá sim senhor
No planalto, a pagar, do urubu, o confeito!
Ana Maria Gazzaneo