"Corpo nem alma, algo mais além..."
Corpo nem alma, algo mais além...
As lágrimas salgadas, em ardor,
Lh'as vi do meu olhar de sonhador,
Aguado na doçura que retém.
E, ouvindo dentro os sinos de Belém,
Restou-me um negro físico torpor.
Gesto nenhum correspondia à dor
Que me uniria à que ela tanto tem.
Falho de alma porque não sofra grande
E preso numa andança que se expande
Além do vilarejo onde eu a vi...
Não sei o que lhe dói, mas é real...
Atrista-me não conhecer o mal,
Senão, por falta, quanto não vivi...