Carnaval ou Soneto às avessas
Mãe, quero fazer da vida uma graça
Me entreter e beber cachaça
nas madrugadas boêmias da lapa
Quero dançar na corda bamba um bolero
me deliciar nos ritmos desse Brasil austero
no verso que sai da nossa língua e escapa
Mãe, quero subir e descer as ladeiras
de Olinda e do Pelourinho
me fantasiar de santo Agostinho
e passar a noite junto com as freiras
E por último na quarta-feira
acordar de ressaca brava
Dizer tudo que é bom acaba
o voltar da vida a maneira