Falando à solidão


De repente assim me pego
falando comigo mesmo.
Me reafirmo e renego,
desconverso e fico a esmo.

Falo a tudo e digo nada,
calo o nó que me sufoca.
E cada palavra entoada
é uma angústia que me toca.

De tanto falar sozinho
já cansei da minha voz.
Ela não me dá carinho,
não conforta a dor atroz.

De repente a voz me some,
quando fala no teu nome.