Soneto
Teu espectro ubíquo de teor aziago
tua voz infame de um horror imundo
teu andar devasso, nobre vagabundo
Reflete-se no vítreo de teu suor amargo
Tão acérrimo quanto o gosto pátrio
o saber de ti me causa ânsias
visto que destruíste minha infância
deixando só a ruína dos meus átrios
Agora cobro de tua mão assassina
os fragmentos de toda esta sina
que perderam-se numa carta anônima
A ti que me deixas-te de lado
envio-te este cristal quebrado
sinal de tristeza que te é homônima