SURTO

Sopro forte do vento horripilante

Timbre viril no sangue a inconsequência

Presente é forma vã grande insolência

Indulta a clara inépcia num instante

Que não se muda mais pela insistência

Caos humano febril e triunfante

No rito de um monólogo lesante

Muda-se um ser emblema da decência

Por certeza do muito que imagina

Ser a perseguição mal que arruína

Tanto intimida o açoite da desgraça

Que o amargor lhe flui como ravina

São resíduos da vida que disfarça

O que a memória esconde numa farsa

Miguel Eduardo Gonçalves

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 06/09/2009
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