O HOMEM NU
O HOMEM NU
Amanhecia... O sol nascia quente,
Como quente era a minha mocidade.
Ao raiar da manhã, felicidade
É coisa que se sonha, se consente.
Era um mundo dourado. Ardentemente
Envolvia-me aquela claridade,
Aquele olhar de amor e castidade
Vestindo-me de forma complacente.
Hoje, longe do olhar que me vestia,
Guardo a mágoa imortal como um proscrito.
Desabafo na minha poesia,
Pois na garganta já morreu meu grito.
No momento final dessa agonia,
Eu irei nu, bem sei, para o infinito.