Energia das Manhãs
A energia das manhãs brota dos trigais
Hálito de luz em cada espiga madura
Do grão forjado à mó, a matéria mais pura
Nobre riqueza das instâncias matinais.
O que vem a nos ofertar os cereais?
O seu vigor salutar, a fibra, a candura
Levando à mesa, aos lares, ditosa fartura
Doces afagos de carícias integrais.
Nasce da poeira a mera essência da vida
Da alma o alento, do corpo a firme guarida.
O singelo milagre da transformação
Surge do labor das mãos, o rico sustento
O mais completo, puro e perfeito alimento
O imprescindível, divino e sagrado Pão.
Soneto classificado no II Concurso Pão e Poesia 2009.