ADORMECIDO

Dorme, ó anjo de amor! No teu silêncio

O meu peito se afoga de ternura

E sinto que o porvir não vale um beijo

E o céu um teu suspiro de ventura!

[Álvares de Azevedo]

Sereno, ao calor da Cheia ele dormia...

Sobre alcova de rosas derramado.

Em sono respirava incenso e poesia...

No véu da noite, negro e perfumado.

Era um anjo do céu na bruma sombria

Pelo braço de Morpheu acalentado,

Que de sonhos s’afogava e se nutria...

Em nuvens d’algodão, o meu amado!

Muito belo! O corpo descansando...

Doce boca os lábios entreabrindo...

Formas másculas o leito revirando...

Não censures a mim, amante lindo!

Em ti – às escuras eu rio chorando,

Em ti – às claras eu choro sorrindo!

Alessa B
Enviado por Alessa B em 07/10/2009
Reeditado em 15/11/2019
Código do texto: T1853441
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.