MENINOS DE RUA

Eles correm aflitos em meio aos carros

e, súplices, exibem chicletes e balas,

embora sujeitos a troças e escárnios

arriscam a vida vendendo baganas

Ou trabalham ou furtam, ou apanham

dos pais, e, coitados, após o intenso labor

a eles entregam o dinheiro que ganham

e do fruto da faina não sentem o sabor

São crianças sem rumo, o futuro é sofrer

no rosto o esgar, seu amor, o desprezo

Não vivem, vegetam, não têm bem-querer

E ali, entre os pneus, sonham quimeras

sendo crianças só desejam brinquedo

e buscam ser gente na maior das misérias

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 12/10/2009
Código do texto: T1862225
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