VULCÃO - Soneto nº 03

VULCÃO

És a surpresa que falo, o secar de minha garganta, o olhar arregalado;

És uma fera pronta a atacar;

Aos incautos ferir com suas garras afiadas,

Uma surpresa escondida no luar.

Mulher loba, sem medo e sem pudor

De olhar meigo e sorriso infantilmente inocente,

És bela de história triste, da ilusão de um olhar inocente...

Enganadora de expressões, és um vulcão em erupção!

Enquanto eu, de olhar vidrado imagino o bom do calor do fogo,

Tu me atacas com lavas incandescentes e me acendes;

Loba fera, fera fêmea, loba faminta, sua boca quer-me tragar.

Mas tu, uma musa, uma loba, uma deusas, um vulcão,

Me entende quando me acende, dengoso carente,

De corpos se dando, se amando, se tendo... queiras-me; devoras-me vulcão!