NO BALANÇO DA SAUDADE

A saudade tem cheiro de gangorra

no quintal da criança que hoje acorda,

presa em apartamento igual masmorra.

Despertando, a saudade se transborda...

A gangorra era presa na paineira,

muito bem amarrada por meu pai,

com cordas de pear vaca leiteira.

A saudade que tenho não se esvai...

Faz tanto tempo que hoje nem recordo

se caí da gangorra, nela a bordo,

mas lembro de mamãe me prevenir.

Minha mãe, hoje tem bem mais perigo,

fico aqui, prisioneira em meu abrigo,

a saudade eu balanço pra dormir.

Dáguima Verônica de Oliveira
Enviado por Dáguima Verônica de Oliveira em 04/11/2009
Código do texto: T1904690