Vou nevando [Nem tanto ]

Não sei se Vôo ou se Peso

me moldo ao léu

envolto em sonhos desgarrados

pés presos no pé da cama

[Iara Zanatta]

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Não posso mais nevar a vida assim

só eu sei o quanto carrego no peito

o quanto tateio esse céu

o quanto vago sem chão

No pouco que vivo, sei bem a força que tenho

quanto a força por vir ainda não sei ao certo

será uma surpresa no sufoco

um ímpeto a mais nas mãos

O vento brinca com o pó que levanto

anjos carregam os meus braços dormentes

os tempos me entortam [as costas] um tanto

as vezes me perco [de mim], bebo olhares de outros

e ardo as febres que perderam-se também

Assim sigo sendo eu mesmo ou nem tanto