Rasgos em flor

Língua ferida, espinhos afiados

Carne rasgada, cornos adornados

com paixão sangram ambos e padecem

do desejo que os deuses não esquecem

Ninfa de flores nos mamilos cálidos

Sátiro com seus chifres tão dourados

com fome se devoram e se ferem

numa dor deleitosa que eles querem

A cada corte, o beijo lhes encanta

curando-os nas suas fomes sem fim

entre bem quistos gozos e lamentos

O sangue das feridas, rega, espanta,

encharca de vermelho o jardim

em que deitam amantes tão sedentos