SONHOS, SAUDADE E... JILÓ

Sonhos, saudade e... jiló

Vindo de longe, o menino ouvia aquela canção, bela canção

Que enchia os ares, os sentidos, ouvidos e o seu juvenil coração

Mas o menino não a conhecia, nem de onde vinha sabia,

Era da boca da lavadeira que surrava no riacho a sujeira do dia-a-dia.

Com os pés dentro da água, brincava aquele menino, uma doce criança

Que não sabia direito nada da vida, e nem que ficaria para sempre na lembrança

Aqueles doces momentos pueris, em pleno sol do meio dia, espalhando água,

Catando e contando pedrinhas brancas que faiscavam aos seus olhos infantis

E a canção que ouvia “para o céu voou, comigo deixou, solidão sem fim”

Repentinamente cessa e a dona da voz, saia amarrada aos joelhos

Abandona no riacho a bacia, porque no fogão a panela chia...

E lá de dentro de casa grita para a encantada criança: “hora de comer”

Comida gostosa, cheirosa que nem ela só... e a criança volta a realidade...

Foi a primeira vez que comeu jiló...

JOSÉ MERCES
Enviado por JOSÉ MERCES em 12/12/2009
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