Soneto Embriagado

Venho até você, paixão cega

E me abraço, no seu calor, na sua pele.

Eu só sei chorar, sou tão brega,

Assim, me derramando, tudo me fere,

Como lanças no peito marcado

E não tem dor que revele ou cura.

Sou esse soneto embriagado,

Doentia palavra de loucura,

Que desenha feita tela,

Pintura nos olhos de poesia

E me abro e navego feito barco a vela

E me perco, num mar febril,

Só te olhando, olhar profundo

E faço de mim mesmo soneto embriagado.

(Rod.Arcadia)

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 20/12/2009
Código do texto: T1987495
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