Soneto do coração escondido

Nas raras imagens das geleiras,

Posso ouvir o respirar da natureza,

No vento que levanta as poeiras,

No silêncio da chuva, na correnteza.

Chão desvendado de ânsia,

Posso falar dos homens que fingem ação,

Ou argumentos sem relevância,

Dessa ganância, do papel da infração.

Atado, nosso planeta está,

Move-se de ondas agitadas,

Passadas, atadas, soterradas...

E o coração do homem é perdido,

E engolido por mares negros,

Vivendo num natal escondido...